sábado, 22 de agosto de 2009


É pele, muita pele. Tanto desejo, que nem somos mais os coadjuvantes daquele momento.
É tanto ato por impulso, que passamos a ser escravos do nosso instinto, daquela sensação insaciável, que nunca consegue ter um ponto final.
E eu te quero tanto, te desejo tanto, que o meu corpo não consegue criar os anticorpos necessários para defender-se de quando você se afasta...

domingo, 16 de agosto de 2009


Não há dia mais estranho que o domingo.
As ruas cessam, o vento adormece, tudo parece estar mais calmo. As pessoas recolhem-se em suas casas, tendo em vista uma mesa farta de almoço servido tarde. Os filmes que passam na tv, são os mais 'besteiróis' possíveis, e a voz do Faustão chega para te provar que, realmente, o tédio veio te dominar.
Quando somos crianças, ou pré-adolescentes, o domingo chegando faz uma alusão às chamas do inferno: Não há nada pior do que passar um dia à toa com tanta vida lá fora. À medida que crescemos, passamos a ver as coisas com mais seriedade, e juramos que essa atitude -involuntária, diga-se de passagem- é a mais correta. Pura utopia, claro. A tarde sem fazer nada traz o sentimento de culpa, pois aquele tempo poderia ser preenchido com algo proveitoso o bastante. A soneca da tarde nos faz lembrar que à noite o sono não virá na hora certa, resultando assim numa manhã abusada por excesso de sono.
A ansiedade faz com que tenhamos a capacidade de 'maquinar' uma semana em apenas uma tarde de domingo.
Chato, verdade. Mas, fazer o que? O silêncio orbitante lá fora insiste em nos calar, e nos mostrar que somos tão escravos do tempo, que um dia sem as consecutivas olhadas para o relógio de pulso, nos veste como uma calça de tamanho três vezes maior que o nosso. E não, não conseguimos encontrar um cinto.

sábado, 15 de agosto de 2009

Nem se eu quisesse.


O que fazer para lidar com o fim de um longo relacionamento? Ok, eu confesso: Vira e mexe, uma saudade que vem do nada, acaba me consumindo.
Faz praticamente um ano (acho, não sei bem, nunca fui muito ligada a datas, ainda mais quando elas me fazem sofrer), que terminei um relacionamento de dois anos e uns quebrados. Não foi taanto tempo, mas para uma jovem na 'flor da idade' (como diria minha mãe), foi sim, uma eternidade.
Vai entender cabeça de gente. Já estou namorando novamente, feliz da vida, mas tenho que lutar bruscamente contra as cruéis comparações que minha cabeça insiste em fazer. Tá, eu sei que fazer isso não é justo para com o novo companheiro. Mas, a mente é um enigma, e ao contrário do que achamos (nós, seres humanos, que nos julgamos tão espertos e não temos nem a capacidade de nos entendermos), não temos total controle dos nossos atos. Às vezes temos pernas demais, braços demais, dedos demais e raciocínio de menos, o que nos torna tão grandes - em matéria- que não temos mais espaço nesse mundo. Isso explica o fato de acharmos que nascemos na época errada, estamos na familia errada, temos os amigos errados...
Diante dessa realidade, acrescento mais uma dúvida que com certeza ficará pairando no ar: O que fazer para livrar-se das lembranças de um antigo amor? Céus, é incrível. Não há remédio que dê jeito nisso. Alguns dizem que é o tempo, mas eu só consigo achar que esse tal tempo empurra poeira em cima das nossas lembranças, mas basta uma 'sacudidinha' para que tudo fique limpinho e as coisas passem a brilhar como novas.
São tantas músicas, tantas comidas, tantos lugares, tanta coisa besta que me faz lembrar de coisa antiga, que me massacra à cada vez que eu escuto o nome, à cada calafrio que eu sinto quando passa uma suposta imagem dele dando um beijo 'novo'.
Por que temos que ser tão egoístas? Eu toquei minha vida, porque ele não pode tocar também?
Eu daria minha alma por um dia só para saber o que ele pensa de mim agora, o que ele lembra quando escuta àquela música, o que ele fez com todas aquelas cartinhas...
Se eu gosto dele? Não, estou feliz com meu novo companheiro, não me imagino namorando com ele de novo. Mas e o que nós construímos? Se quando estávamos juntos parecia ser um edifício feito do melhor concreto, como agora ele poderia esfacelar-se com apenas uma gota d'água?
Fico imaginando até que ponto chega a fraqueza humana. Não quero mais ser como uma criança que precisa ficar na ponta dos pés para enxergar o que há de mais alto. Quero ver o que está à um palmo do meu nariz, quero o que é real.
Mas creio que o inverno não está ajudando: O frio faz doer ferida aberta, que o tempo - que traiçoeiro!- demora a fechar.